"(...) À medida que tomam consciência de si, de seus iguais e do todo social, os indivíduos sentem-se herdeiros de um patrimônio físico e cultural comum: as ruas, os parques, a língua, a cultura. Formam um povo. Para que esse povo tenha maturidade política, é preciso um esforço conjunto de preservação de valores importantes para a convivência: o respeito à coisa pública e aos costumes. O sentimento de fazer parte desse todo nem sempre se traduz em consciência comum, em respeito ao que é de todos em senso comunitário. Embora sejamos animais sociais, ainda valorizamos pouco o que é de uso coletivo.
Em inúmeras ocasiões, nós, brasileiros, damos demonstrações de que nos falta senso comunitário. Em assembleias de condomínio, por exemplo, comparecem poucos moradores para resolver questões que dizem respeito a todos. Também não nos sentimos co-responsáveis pela conservação do edifício onde moramos ou da praia que é pública, e lá jogamos papéis, plásticos e latas.
Em razão do baixo nível de educação do povo brasileiro, da perda de suas tradições e raízes culturais, da fraca capacidade de organização para defesa de seus interesses e da pequena participação na vida política do país, confirmamos, como povo, a força do individualismo crescente na sociedade contemporâneas. Esse individualismo dificulta nossa identificação como membros de uma formação social e cultural comum, além de afastar-nos de uma convivência em que possam reinar a igualdade, a justiça e a fraternidade."
Fonte: Para filosofar - vários autores.
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